sábado, 19 de fevereiro de 2011

A parte charmosa da playlist...

No pais onde a concepção de talento é bastante discutível, onde o que vende não está diretamente ligado ao que faz carinhos nos ouvidos, ao que alimenta fartamente a alma, ao que pode ser chamado de música, como dizia Tom Zé: A mais alta e evoluída produção humana. E é muito discutido, tricotado, e na maioria das vezes, deixado de lado, é a chamada "Nova MPB" que na minha humilde opinião é uma denominação um pouco equivocada, já que a maioria dessas "revelações" da MPB tem uma bagagem enorme, uma carreira construída bem antes de serem fisgadas pelos olofotes. Mas minha intenção não é discutir visões ou concepções desses artistas criadas pela mídia 'bastante' interessada na história e carreira dos mesmos, abrirei a parte 'feminina' da minha playlist, o que me acaricia os ouvidos, as belas moças talentosas que tecem todo dia fios de esperança na música do nosso país, o lado charmoso e talentoso da história.Começando por...

Bruna Caram, que particularmente sou suspeita para falar, há pouco mais de dois anos me rendi aos encantos da moça, sabe quando você pega um prato novo e vai saboreando, mastigando devagar, e termina muito mais que satisfeito, mas não cheio?! Pois bem, foi assim, faixa a faixa, intercalações entre o "Essa Menina" e o "Feriado Pessoal". O show é encantador, ela canta, dança, recita, rir,como rir e nos faz sorrir, chorar, chorar sorrindo. A voz doce se harmoniza com os olhos, as mãos, o sorriso e os pés. A naturalidade. A simplicidade no real e mais bonito sentido da palavra. Pequenas porções de brincadeiras, da menina, bailarina e atriz ao mesmo tempo. E o que dizer da atenção para com os admiradores de sua arte? Por causa de um email descobri que "Beatriz" de Chico Buarque, na verdade é uma Agnes e de quebra um elogio a um texto meu sobre uma música dela. Bruna, nome comum, nome pequeno, talento enorme, delicadeza dos cachinhos da cabeça às pontas das sapatilhas cintilantes.

Maria do Céu, ou mais agradavelmente falando, Céu. Lembro da primeira vez que ouvi 'Malemolência' e deu um estalo na caixola, quase pulo da cama, sabe quando você ouve algo que você nunca imaginou ouvir e lhe agrada, lhe deixa bem, muito bem, e você pensa: é isso!? O que falar de Céu? Ainda essa semana numa conversa fiz om comentários sobre minha o que ela me passa: 'ela é linda e tem uma sensualidade inocente, uma coisa doce perigosa, sabe?' É difícil achar uma visão linear do que ela é, mas todas essa multidão de concepções acabam todos ligados a uma única coisa nela, a voz! A voz que consegue, acredite meu amigo, dar qualidade a um comercial de cerveja. A voz que conseguiu conter minha euforia em pleno carnaval do Recife. A voz que se encaixa perfeitamente nos lindos cabelos cacheados e no rosto sereno que passa uma caalma, uma tranquilidade. A voz que faz palavras comuns como 'cangote' e 'bocejo' tomarem conotações poéticas e harmônicas. A voz que consegue deixar "Eu amo você" de Tim Mais ainda mais bonita, ainda mais doce. A voz que mesmo distante, no cd, numa rádio parece que cochicha nos seus ouvidos, que sopra nos cabelos palavras bonitas. Outro nome que cai como a cereja na sobremesa, Céu, uma pitadinha de chame, uma colher de chá de pimenta, outra de samba, uma áurea de 'bubuia' em cima do palco, dois dedos de leveza, lindeza, sutileza e muita, mas muita malemolência e 'grains de beauté' pra uma Maria só.


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