sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Amor e coxinha


Quando criança, é clichê mas, tudo era bem mais fácil, principalmente me apaixonar. Bastava ter o cabelo liso e uma quantidade considerável de dentes. Sim, isso eram coisas importantes, tanto o cabelo quanto os dentes. E as relações amorosas? Muito mais tranquilas, bastava dividir o lanche, dar um desenho de presente e estávamos ambos felizes, sem cobranças, nem beijo precisava, pra quê? Era nojento! E hoje? Hoje em dia a dificuldade já começa em saber quem tem cabelo liso, com tantos produtos, chapinhas, pomadas, escovas super dotadas et al. Mas cabelo se tornou irrelevante, até o meu se revoltou e resolveu ignorar a genética família e cachear. Dentes... Irrelevante, mas ainda assim é importante tê-los. Mas a questão do cultivar, minha nossa, é quase Homero tentando voltar pra casa, Werther tentando conquistar Carlota e todas as analogias literárias de conquistas (quase) impossíveis! Não dá pra dividir o lanche que você pode receber um "não, obrigada, tô de dieta", "ah, não tá dentro da dieta do meu treino", então, melhor descartar o compartilhar do lanche, fora que hoje em dia tudo é caro, nem coxinha é mais R$ 0,50. Desenho? Se bem que já me foi eficaz hoje em dia, então ponto para o desenho, mas não qualquer desenho, é um Desenho! E o beijo, de nojo virou algo essencial para muitos, mas prefiro me abster. Cobranças vem de toda parte, principalmente a fatura do cartão, fora o fato que chamar alguém de coleguinha era muito menos mais frustrante no caso de decepção. Talvez a gente vá se perdendo da simplicidade das coisas no decorrer da idade, a capacidade de se apaixonar diminui, e o preço da coxinha só tende a aumentar.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012