domingo, 29 de maio de 2011

Ah o cheiro...


Acredito eu, que é muito mais difícil falar do que eu gosto do que eu não gosto,pra falar mal das coisas tenho uma certa fluência. Pois bem, essa autopromoção toda foi pra iniciar um assunto que me agrada, que em alguns momentos me desagrada, que sempre quis escrever sobre, mas nunca tive coragem, ou algo do tipo, mas enfim... E o tema é... Cheiro! Mais especificamente, cheiro de pessoas, perfumes.

Eu, particularmente, não tenho um olfato muito aguçado pra certas coisas, mas pra perfumes, meu caro, chega a ser assustador, não, não são todos, começarei a explicar todos os “porquês”...

Primeiramente, se você conviver certo tempo com uma pessoa, consequentemente irá conviver com seu cheiro. Não adianta dizer que não, pois será mentira, tudo, meu amigo, tudo levará você a sentir o cheiro da outra pessoa. A relação pode durar uma semana, pode nem chegar a virar relação, ou você esbarra toda manhã, tanto faz, você começará a fazer associações entre o cheiro e a pessoa, é independente da nossa vontade. O cheiro é uma das coisas mais perigosas de se apegar! Porque o carinho acaba, a relação acaba, os olhares acabam, a ligações acabam, a convivência acaba, mas o cheiro não! Você, com certeza, irá sentir aquele cheiro novamente, afinal, ninguém é da alta realeza para ter perfumes exclusivos, mas voltando... Você não sentirá da mesma forma, nem na mesma intensidade, mas sentirá!

Acontecem coisas estranhas quando você sente o cheiro, porque, é fato, que todo cheiro carrega um bocado de lembrança, alguns dedos de carinho, e te deixa muito atordoado quando sentido quando menos se espera, experiência própria. Um dia desses acordei para ir trabalhar, e quando entro no último vagão do metrô, a primeira coisa que eu senti foi ‘o cheiro’, foi quase um “Bom dia”, sim, foi desagradável e ainda perdi o lugar no metrô, não tava preparada psicologicamente pra sentir aquele cheiro àquela hora da manhã! Resultado: cheguei atordoada no trabalho e passei o resto do dia com o cheiro no meu nariz, porque impregna de uma forma assustadora!

É justamente isso que ocorre na maioria das vezes, é preocupante. Além desses sintomas tem: esquecer o que tava falando, sair procurando como quem não quer nada quem ta usando o tal perfume, sair do lugar por se sentir incomodado, ficar paralisado em outro plano espiritual, começar a xingar mentalmente, conversar com um amigo sobre o que aquele cheiro retoma, ou ficar muito feliz por senti-lo novamente, até Adriana Calcanhotto se questiona "Ainda tem o seu perfume pela casa, ainda tem você na sala, por que meu coração dispara? Quando tem o seu cheiro, dentro de um livro, dentro da noite veloz..."

O cheiro é um dos venenos mais prazerosos que existe no mundo. O cheiro vira calendário, porque eu duvido você esquecer-se da data em que algo aconteceu quando se lembrar do cheiro, se brincar diz até a hora! O cheiro deixa teu coração batendo descontroladamente e você fica morrendo de medo de exteriorizar, de transparecer que aquilo está te fazendo sentir sensações estranhas. Tem cheiro que você não sabe se é seu ou da outra pessoa, porque se misturam tanto que no final das contas é um pouco seu e um pouco dela. Tem cheiro que parece que você sente em todo canto, que todo mundo resolveu usar o mesmo perfume, mas não se engane, não é todo mundo que gosta do mesmo perfume, é você que só consegue sentir nitidamente ‘o perfume’, é sue olfato que anda seletivo e adora lhe deixar atordoado.

Outra vez me perguntaram, e esse cheiro traz boas ou más lembranças? E eu meio que automaticamente respondi: Boas lembranças, porque se é pra lembrar alguma coisa a gente pega a parte boa e o cheiro e fecha o pacote! Pois bem, cada um tem sua reserva de cheiros que já pertencem ao olfato e já fica na espreita só esperando para serem disparados e espalhar pelo seu corpo uma imensidão de lembranças, de carinho, de brincadeiras, mas o que fazer? Não tem o que fazer, depois de um tempo você se acostuma e pensa “eita, o cheiro de fulano” e não pensa em matar ninguém, nem em se matar, vai sempre te pegar de surpresa, é questão de se habituar pois quando acontecem essas coisas é porque o cheiro está mais em você do que nas outras pessoas, pior seria se você não tivesse de quem sentir, ou perfumes pra lembrar, ou seria ao contrário? Pouco importa...

domingo, 15 de maio de 2011

Esse troço de sair rimando...

Desculpe o assassinato que ei de cometer

Mas os senhores ão de me entender


É que esse troço de falar de amar deixa a gente meio meloso


E que mesmo com a corda no pescoço não tira o pobre do sorriso do rosto


Pode se passar sei lá quantos anos, mas não esquece o danado daquele gosto


Não tem cigarro, vinho, nem beijo no fim da noite que desate


A o caminhão de nós do ser insoneado,


Abestalhado, danado de raiva, melodramando dizendo que a vida é um desastre


Pense num cabra dramático é o que alega amar


E jura todo dia até pros santos que não conhece que isso vai acabar


Que não vai ligar, vai desdenhar, vai se apegar ao desamar, ele atesta!


Daí no meio da tarde recebe um telefonema que deixa ele bobo com a mulesta!


Se arruma todo pimpão
Na pauta dos assuntos da saída ele risca a negação, não, é fora de cogitação


As promessas ele manda pra... Praquele lugar que falar não cabe a um cidadão


E mais parece que pra quem (alegadamente) ama todo ditado negativo vem a calhar
É como dizem, nada está tão ruim que não possa piorar...


Olhe, que é um negoço complicacado


Porque além de tudo tem esse coração safado


Que vem e se afeiçoa por outro coração que não é nada comportado


E fica essa senvergonhice


Um dia coração enrolado


Outro dia coração cúmplice safado


Sem juízo de valor algum, o coração é pior que menino pequeno quando quer doce


É todinho dado


Ainda tem esse peito com alma e pé na boemia


Bate logo uma vontade de acender um cigarro


Mesmo quem não fuma, pra tirar essa agonia


Que cá dentro pensa que o corpo é orgia


Que cá dentro pensa que o pensamento é terra de ninguém


E pior que esse coração, também cá dentro, se mostra vagabundo sem merecer um vintém


Dá todos os defeitos do ser (alegadamente) amado


E dois minutos depois vem com um MAS desconcertado


Mas...Mas... Vai entender, o fato é que o ser fica abestalhado


Fica cheio dessas rimas pobres aqui desfiladas


Exagera no perfume, no abraço e nas olhadas


E quando o amor alegado se dá por terminado


Vira tudo culpa desse coração safado


Que já bota um ponto final querendo amar


Querendo sambar com outro par e variar


Variar nos defeitos, dizer mais uma vez que é capaz de superar


E desde que se impolgaram nessa coisa de rimar


E casaram amor e humor


Desculpe, meu senhor


Mas trate de desavergonhar esse coração e apresentá-lo ao amor


E não se preocupe se não lhe causar uma boa impressão


Que sempre alguém quando tiver sem argumentação


Vai dizer: isso é coisa do coração, isso é coisa do coração!