domingo, 27 de fevereiro de 2011

Botaram a mobília na areia e Copacabana veio pra Candeias?

Tem duas coisas que tenho um certo apresso e insisto em comparar, comida e música. Tem pratos que quanto mais você come, mais você vai sentindo prazer, melhora até o humor. E a (boa) música vai nesse mesmo passinho agradável. E o 'prato' é aquele que quando tu olhas dá água na boca, mesmo sem saber o que é, tu olhas e os olhos brilham. Porque na minha humilde opinião, primeiro você come o prato com os olhos, dá aquela velha sacada como quem não quer nada, para ver se ao menos está bem apresentável. Eis que chegamos ao ponto principal deste dois pra cá, dois pra lá... A apresentação do prato, ou melhor a 'prática da música ao vivo', o show, é a comprovação de um trabalho bem feito (ou não) de uma banda. Não adianta fazer um cd com toda pompa cheio de mimimi, se na hora da degustação ao vivo deixa a desejar, se na hora de provar que sabem sim elevar sua música a um nível mais alto que o disco. Este é o tempero que falta para muitos artistas que fazem música, a pitadinha de sal a gosto, o segredo da vovó.


E eis que emuma dessas degustação, provei novamente um belo prato, um prato cheio de cores, bonito, radiante, cheio de alegria, energizante e que depois dá uma canseira no cidadão. E vieram me oferecer (tecnicamente) perto de casa, ê lindeza. Sábado á noite, uma noite linda, com um sol artifcial guiando os perdidos, servindo como ponto de referência e bastante bonito, também. Ah, o prato, aliás, a banda: Móveis Colonias de Acaju. Eu sempre tenho uma certa dificuldade em descrevê-los, porque na maioria das vezes me utilizo de adjetivos um POUCO 'censuráveis', prometo que tento me conter... É admirável como eles conseguem criar uma interação com o público desde o início, 9 moços exalando anergia, simpatia, animação, e o principal, muita presença de palco, o que impossibilita você de ficar parado um segundo sequer. Nesse último sábado dia 26, rotulei 'provisoriamente' como 'O melhor show de Móveis' que já fui, claro que não é permanente, porque eu achei que o 1º tinha sido, depois o 2º, e assim por diante. A questão é, cada vez que você vai a um show de Móveis você se encanta com algo diferente, taí uma relação nunca ficará monótona. A arena na praia tava parecendo que tinha colocado vidro no chão, porque ninguém conseguia ficar parado, aquelas pipocas humanas saltitando, gritando, ah, sem falar do fato que você começa a fazer amizade com as pessoas, porque são basicamente as mesmas, o que fica mais divertido, mesmo se você for só, você não ficará só!


Algumas músicas no show, como é comum, tem um peso 'maior' na animação das pessoas. Se você quiser de libertar, berre "Aluga-se-vende", se quer fazer teatrinho dançando, lá vem "Cão guia", pra sambar, "Menina-Moça", pra dá um nó na goela, uma tremedeira nas pernas, e acender esqueiro e celular "Adeus", pra tudo isso junto "O tempo", mas para virar criança adulto, se sentir parte importante daquilo, em meio a pedidos e gritos, eis que surge "Copacabana", em pleno cheiro de carnaval no ar de Recife, a letras que parece um trava língua e quando você aprende fica parecendo bebê quando aprende palavra nova, falando direto. Foi um dos momentos mais iluminados da noite, aquelas pessoas todas juntas tentando abrir uma roda na areia da praia, com a própria 'mobília' ajudando a fazer a roda, e como disse André Gonzales "isso tá parecendo um 8", pois bem, foi o "8 de Copacabana" em plena praia de Candeias! Que em menos de um minuto parecia uma farofa de gente, milho de pipoca estourando, e a o medidor de animação já tinha estourado faz tempo, e no momento da roda é onde você encontra todo mundo, literalmente, caso se perca de alguém no show, você o achará na hora de "roda", é certeza! E para encerrar o espetáculo "Seria o rolex" regado ao coro de (eu prometi mas vou descumprir a questão dos adjetivos 'censuráveis'): "Que show do c_aralho, que show do c_ralho!"


Rapaz, não é que colocaram a mobília na areia e Copacabana veio pra Candeias! Mais uma cidade se rendeu aos 9 rapazes que sabem muto bem servir, e de certa forma são reciprocamente bem servidos, e no dia seguinte você acorda com aquele cansaço dignode quarta-feira de cinzas, mas com o espírito e a mente intactos,alimentados e em ótima forma!



terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Vão-se os dragões e ficam as provas



Sabe quando a gente assiste a esses filmes de Idade Média, princesas em torre, flechas, combates e afins? Não é que me sinto assim nos dias de hoje, rapaz. Lá pelas tantas as "provas" que precisava dar era de coragem, bravura, virilidade e restrita ao sexo masculino. Hoje em dia as provas continuam, não é preciso matar dragões, escalar castelos, virar gladiador, mas é quase lá, viu. O ser humano em relação aos sentimetos dos outros por ele ou é 8 ou 800, não é mais 80 acredite. Ou ele acredita que a pessoa que conhece há 2 semana realmente o ama, ou ele procura até a alma negar o setimento que o outro tem por ele, fazendo o cidadão ficar estrupiadao de tanto pensar de qual forma vai conseguir provar ao infeliz que realmente está apaixonado pelo mesmo. E é ai que entra a história dos dragões, mas sem princesas.

Se pensarmos bem, tudo, mas tudo mesmo no nosso amável cotidiano é a base de 'prova', é um tal de provar roupa, prova pra entrar em uma Universidade, prova comida de cá, prova para desvender um crime, prova até pra escolher penteado, que no final de tudo sabemos, que a tal da prova não comprova é nada. E por que que para o amor, para a paixão, para o 'gostar' seria diferente? Apesar que e acho que deveria, ia dar uma facilitada, que meu amigo!

Hoje não mais, mas quando se pedia em namoro, o rapaz tinha de dizer quais suas intenções para com a moça, hoje o que acontece é ainda pior, você só pensa na possibilidade do namoro porque a tal pessoa te faz bem e nutre em você um sentimento diferente, o 'gostar', e quando você toma coragem para falar dos sentimentos com a pessoa, eis que começa toda a Odisséia. Entra em cena os "Se's", "porquês, "por que eu?", oi? No tempo da minha mãe isso era um bom sinal, não o início de uma paranoia louca para descobrir quase que as razões científicas para e o porquê do sentimento, pra isso basta ver o Fantástico, mas voltando... Se o sentimento for verdadeiro você embarca no suicídio do sentimento, porque é isso que acontece ele vai morrendo de tanto se tentar provar, o cidadão enche o bolso de argumentos e vai distribuindo para cada "Se" despejado na sua cabeça feito balde de água fria, vai tentando fazer sua auto promoção e começa de fato a prova.

É basicamente dividida em 3 partes, questões fechadas, questõe abertas e discursivas, e uma dissertação puramente argumentativa.

A parte 'fechada' é basicamente o seguinte, a criatura que ouve começa uma crise interrogativa:

-Faz tempo? - Por que não disse antes? - Por que agora? - É mentira, não é? (E você responde a todas com pacientes 'sim, não e frases feitas: porque cada um tem seu tempo'
As discursivas são realmente discursivas, porque o que basicamente acontece são discursões, é onde se encaixa perfeitamente os "Se's", é um taal de "e se você isso", "e se eu aquilo", "e se fulano disser que", e que não falta é 'Se', e o pior é que nada leva a algo positivo!

A dissertação é parte falada anteriormente "quais suas intenções", "o que você pretende". Sinceramente? Não parece entrevista de emprego " qual sua pretensão aqui nesta empresa", sim, meus queridos estão tratando o bichinho do sentimento como uma empresa de telemarketing!

Pra que provar tanto? Questionar-se tanto? Um pouquinho de sensibilidade e percepção não faz mal a ninguém. As palavras de alguém não vão comprovar que o sentimento é verdadeiro ou não, se suas intenções são as melhores, ou se você vão ser perfeitos um para o outro. Quem tem que perceber isto é você, nos atos, nos gestos, não é preciso ser um Sherlock Holmes de 'sinais', ao invés de se perguntar "Por que eu?", pergunte-se 'Por que não?'É como perceber a sensação que sua música favorita lhe causa, a sensação que teu filme favorito causa toda vez que o vê, é quase como um arrepiozinho, você não sabe o porquê, mas percebe que sente . E quando alguém diz que gosta da gente, o que a gente tem a fazer é ficar lisonjeado, feliz por poder despertar sentimentos bonitos em alguém, afinal, ninguém está lhe pedindo em casamento, querendo construir uma família ou viver pelo resto da vida na parte rural da Índia, está dizendo um simples "eu gosto (amo, apaixonado por, penso em) você".

Vamos deixar as provas pros concursos, pros que degustam comida, vamos deixar de tentar fazer com que o outro escale montanhas, atire flechas e pesque o maior peixe pra provar que gosta de nós, porque não estamos na Idade Média e principalmente porque é cansativo, chega uma hora que o sentimento encontra seu limite. Subistitua o "e se der errado" pelo "e se tentássemos". Tente perceber, enxergar através dos detalhes. Tente parar de tentar achar justificativa pra tudo, é simples, tente perceber, como já cantava Marcelo Camelo "Perceber aquilo que se tem de bom no viver é um dom."Prova não comprova coisa alguma, e o tempo que você gasta se questionando negativamente seria muito melhor gasto tentando ser feliz, meu bem.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

A parte charmosa da playlist...

No pais onde a concepção de talento é bastante discutível, onde o que vende não está diretamente ligado ao que faz carinhos nos ouvidos, ao que alimenta fartamente a alma, ao que pode ser chamado de música, como dizia Tom Zé: A mais alta e evoluída produção humana. E é muito discutido, tricotado, e na maioria das vezes, deixado de lado, é a chamada "Nova MPB" que na minha humilde opinião é uma denominação um pouco equivocada, já que a maioria dessas "revelações" da MPB tem uma bagagem enorme, uma carreira construída bem antes de serem fisgadas pelos olofotes. Mas minha intenção não é discutir visões ou concepções desses artistas criadas pela mídia 'bastante' interessada na história e carreira dos mesmos, abrirei a parte 'feminina' da minha playlist, o que me acaricia os ouvidos, as belas moças talentosas que tecem todo dia fios de esperança na música do nosso país, o lado charmoso e talentoso da história.Começando por...

Bruna Caram, que particularmente sou suspeita para falar, há pouco mais de dois anos me rendi aos encantos da moça, sabe quando você pega um prato novo e vai saboreando, mastigando devagar, e termina muito mais que satisfeito, mas não cheio?! Pois bem, foi assim, faixa a faixa, intercalações entre o "Essa Menina" e o "Feriado Pessoal". O show é encantador, ela canta, dança, recita, rir,como rir e nos faz sorrir, chorar, chorar sorrindo. A voz doce se harmoniza com os olhos, as mãos, o sorriso e os pés. A naturalidade. A simplicidade no real e mais bonito sentido da palavra. Pequenas porções de brincadeiras, da menina, bailarina e atriz ao mesmo tempo. E o que dizer da atenção para com os admiradores de sua arte? Por causa de um email descobri que "Beatriz" de Chico Buarque, na verdade é uma Agnes e de quebra um elogio a um texto meu sobre uma música dela. Bruna, nome comum, nome pequeno, talento enorme, delicadeza dos cachinhos da cabeça às pontas das sapatilhas cintilantes.

Maria do Céu, ou mais agradavelmente falando, Céu. Lembro da primeira vez que ouvi 'Malemolência' e deu um estalo na caixola, quase pulo da cama, sabe quando você ouve algo que você nunca imaginou ouvir e lhe agrada, lhe deixa bem, muito bem, e você pensa: é isso!? O que falar de Céu? Ainda essa semana numa conversa fiz om comentários sobre minha o que ela me passa: 'ela é linda e tem uma sensualidade inocente, uma coisa doce perigosa, sabe?' É difícil achar uma visão linear do que ela é, mas todas essa multidão de concepções acabam todos ligados a uma única coisa nela, a voz! A voz que consegue, acredite meu amigo, dar qualidade a um comercial de cerveja. A voz que conseguiu conter minha euforia em pleno carnaval do Recife. A voz que se encaixa perfeitamente nos lindos cabelos cacheados e no rosto sereno que passa uma caalma, uma tranquilidade. A voz que faz palavras comuns como 'cangote' e 'bocejo' tomarem conotações poéticas e harmônicas. A voz que consegue deixar "Eu amo você" de Tim Mais ainda mais bonita, ainda mais doce. A voz que mesmo distante, no cd, numa rádio parece que cochicha nos seus ouvidos, que sopra nos cabelos palavras bonitas. Outro nome que cai como a cereja na sobremesa, Céu, uma pitadinha de chame, uma colher de chá de pimenta, outra de samba, uma áurea de 'bubuia' em cima do palco, dois dedos de leveza, lindeza, sutileza e muita, mas muita malemolência e 'grains de beauté' pra uma Maria só.


terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Hugby in Recife, abre que lá vem a manada!


Mais uma da série: A lindeza dos transpostes públicos em Recife!

Desta vez, em foco : O abrir das portas!


Você que acorda (apulso) em plena segunda-feira. Arruma-se todo, capricha no perfume para durar o dia todo, e sai de casa na ilusão de que vai continuar lindo, cheiroso e como cabelo só com o SEU cheiro, dai, acontece que você tem que dirigir-se para estação mais próxima para apanhar o metrô, e eis que começa sua tentativa de chegar ao trabalho, faculdade e afins, sem parecer um ser humano que ficou perdido no meio do nada por 2 meses, descabelado, não muito cheiroso e muito, mais muito puto da vida! Você se posiciona estrategicamente de forma com que você fique mais ou menos parado em frente as portas do metrô, a rotina tem dessas coisas, você sabe horários e posicionamento dos transportes públicos. Para quem não sabe e para quem nunca andou de metrô, conheço pessoas que nunca andaram de metrô, existe um faixa amarela que foi posta para a 'segurança' do indivíduo, e exatamente a frente dela que o "senhor usuário" fica, deve ser pra ter a sensação do ventinho que bate no nariz quando o trem passa quase acertando o mesmo, pois bem, começa para valer o posicionamento para a "largada".


Pés na linha amarela, bolsas e pastas devidamente apertadas contra o peito, e você no meio daquilo tudo tentando permanecer ileso. A partir dai começa o momento mais tenso da história, eis que chega o metrô. Encosta. Abrem-se um lado das portas para que seja descarregada a primeira parte de indivídos que ocupavam aquele trem. Ouve-se o primeiro sinal de que as portas serão abertas, você fica feliz porque conseguiu ficar exatamente em frente às portas.


E por alguns segundos enquanto o (a) maquinista se dirige de um ponto a outro do trem, você começa a sentir aquele bafo quente no seu cangote, você se sente exatamente igual ao seu umbigo quando você tenta colocar aquela calça um número menor, o espaço começa a desaparecer, a linha amarela você não vê mais, começa a dar uma angústia, uma agonia, você contrai mais ainda a bolsa no peito, se olha no vidro das portas ainda fechadas e acontece uma das coisas mais pardoxais que eu já vi na minha vida, aquele tanto de pessoas se aglomerando em frente a uma porta, empurra daqui, empurra dali, e não mais que de repente, um silêncio paira sobre aquela manada, op's, sobre aquelas pessoas (isso tudo enquanto o (a) maquinista está andando), é um silêncio tão grande que assusta, só se escuta a respiração e o ajeitar dos pés, momento de concentração e introspecção. É quando se ouve um barulho semelhante a uma panela de pressão, ou um simples "tjiiigi" que mais parece "preparar, apontar, fogo", as portas abrem-se, e você se achando sortudo porque ao seu lado está uma senhora simpática e indefesa e não um homem de dois metros de altura molhado de suor em plena segunda de manhã, dois segundos depois das portas serem abertas e você tentar colocar o primeiro pé pra dentro, você tem a certeza que preferiria o carinha de 2m de altura a pobre senhora, que no exato momento está lhe empurrando com o quadril avantajado, batendo com a sombrinha no seu joelho (incrível como só andam com sombrinhas), jogandoa bolsa na sua cara, e quando você tenta se movimentar novamente, a mesma senhora lhe encara novamente agora lhe empurrando mais forte, e fazendo cara feia como se tivesse sido você quem aplicou aquela tentativa de bloquei de futebol americano. No terceiro segundo das postas abertas alguém lhe empurra pra dentro, que você nem faz mais esforço pra se livrar da velhinha indefesa (--') e jogadora de hugby, a manada adentra o trem, os acentos são disputados a bloqueios, caras feias, empurrões e às vezes tapas.


No quarto segundo, você está, descabelado, com o perfume de umas 15 pessoas no corpo, com o joelho doendo dos ataques da 'pobre' senhora, suado mesmo o metrô tendo ar condicionado, com a roupa amassada que parece que você tirou de dentro de uma garrafa e vestiu, ofegante e com a velhinha simpática sentada ao seu lado como se nada estivesse acontecido que de quebra ainda lhe pergunta as horas e diz que vai chover.


Então, você que não tem nada a fazer pela manhã, quer um agito a mais, um esporte novo no seu dia-a-dia, gosta de lugares lotados, pois bem, meu amigo, venha fazer luta livre, hugby, jogo da cadeira, conosco, metrô é feito coração de mãe, sempre cabe mais um é como dizem "Metrorec, unindo as pessoas desde 1985"


ps: Todas as informações dadas acima também são aplicadas a um ônibus.

sábado, 12 de fevereiro de 2011

Para sua maior segurança, desliguem os celulares e não dancem!




Desta vez, ao invés de uma humilde tese, apresentarei uma observação e uma constatação de acontecimentos em comum.
Como sabemos, seja você usuário assíduo de álcool ou não, o alto consumo de bebida alcoólica causa certa amnésia, se bem que às vezes fingimos ter uma por conta dos acontecidos em questão, mas enfim, causa um esquecimento, uma dormência dos fatos. Você sai de casa com a intenção de não beber, de se divertir numa boa, as pessoas ainda auto se iludem desta forma e isso é fato, eis que aparece um copo amigo, aquela velha frase “toma só essa”, rá, como existisse singular para quem bebe, para um consumidor assíduo de bebida alcoólica é tudo no plural: copos, cervejas, brindes, as malditas filosofias, incrível como a bebida (pseudo)acultura as pessoas!
Voltando a amnésia, quando é passado o limite do nível de álcool aceitável pelo seu organismo você acaba esquecendo que tem vida, que tem uma casa, que no outro dia você precisa trabalhar, mas tem uma coisa, aquela coisa, o mito, o causador de todos os imbróglios da semana seguinte, a única coisa que o tal do bêbado não esquece: O celular! Alguém consegue me responder o porquê da pessoa quando beber colocar o pé no telemarketing? E quando não está com o seu, arruma de um estranho, de um amigo, mas tem a necessidade de ligar para a pessoa na qual ele não tem coragem de ligar ou mandar sms quando está sóbrio, os amigos sabem que vai dá merda, mas tente, tente de alguma forma impedir o bêbado de concluir seu maravilhoso ato com o celular, é quase que um ritual, primeiramente, ele começa a falar mal da pessoa para o amigo (coitado) que está tentando tomar conta da criatura, depois, ele pede o celular do amigo porque o seu está em crédito ou bônus, além de bêbado pobre, e eis que surge o maior mistério que a ciência, o Fantástico, o Globo Repórter ou Xuxa irá desvendar, ele não lembra nem o nome da sua amada mamãe, mas não esquece o número da tal pessoa! Por quê? E a amnésia? Calma, voltaremos a esta questão, mas seguindo... Ele liga para a pessoa, a pessoa atende e em menos de 2 minutos, ele consegue dizer o maior número de bobagens, desaforos, declarações de amor, conta as artes cometidas no recinto e ainda desliga na cara da tal pessoa, tendo a variação no final da ligação entre um palavrão e um “te amo” ou “não vivo sem você”, no meu caso foi “eu fiz merda”, mas tudo bem. Nem se Freud ou Einstein ainda estivessem entre nós eles desvendariam esse curioso caso de amnésia com exceção! E lá vai um conselho de quem faz humanas: talvez se você beber e fizer uma prova de exatas você se dê bem! Salientando o fato de que você esquece tudo menos os números.
Outro fato importante da bebida na vida da pessoa é um dom que aparece para a Dança, se tocar samba você dança, forró você dança, brega você dança, tango, jazz, frevo, maracatu, afoxé, o ritmo que for e você dança, sem nenhuma vergonha, com total falta de desenvoltura, mas você acredita ser um bailarino de “pés” cheios, a bebida e a dança é feito opinião de mãe, de forma alguma acredite, você não é o melhor dançarino do mundo, você só perdeu o controle e pensa ser um bailarino, apenas isso. De quebra ainda surgem cantores, filósofos, recitadores, vai ver os “dons” de algumas pessoas ficam no inconsciente, ê que falta faz Seu Freud, e nesse dois pra cá, dois pra lá, desce mais uma, vai, e, por favor, desliguem os celulares e não dancem!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

De retalho em retalho...

Então ela criou coragem pra parar de pensar. E a única coisa na qual ela ainda se importava era preencher o questionário inútil nunca antes passado para o papel, e nem pretendia. Só pretendia num espaço curto de tempo que tinha, conhecer aquela criatura que aparecera de forma tão singela, tão sem importância que por causa disso causava mais curiosidade, acho que depositava uma carga de “desimportância importante”. Na sua cabeça tinha uma espécie de dupla coluna estranha com itens como: chocolate, carinho, chaveiro, filme, almofada, balão, noite, lâmpada, piada... Entre outros itens que sem nenhuma ligação, mesmo campo semântico, nadinha, nadinha. Mas ela sabia que aquela estranha lista não serviria para a finalidade desejada, e o que tinha de fazer era o que melhor sabia, observar, observar discretamente e mais nada, claro que se utilizava de informações extras, mas a maior parte dos prazeres recolhidos era obtido pela simples técnica de : abrir, piscar e deduzir dos olhos. No caminho de volta para casa, decidiu mudar de opinião e ir andando, ajudaria a colar os retalhos daquela colcha que parecia ser maior que o mundo. Então andou, andou, e foi costurando, um a um, algumas partes jogou fora, e eis que no auge do cansaço de tanto tentar achar o encaixe perfeito daquela colcha, teve a sensação de o retalho ter criado vida, sim, sim, o retalho! E ter lhe dito: 24 h você tem, é necessário apenas isso! Então a menina adormeceu, e quando acordou deu bom dia ao sol, pegou o telefone e tomou coragem para fazer a tal temida ligação, e foi tiro e queda, como já dizia minha mãe, a conversa desembarcou em um convite para um fim de semana na praia, pois ela sabia que era a última chance de saber se aquela colcha de retalho serviria. Convite feito, convite aceito. Na mala comida congelada, água e muita coca-cola, ah, e a colcha ia jogada no banco de trás do carro a observar a conversa dos dois que mais parecia um show de stand-up, era risada daqui, gargalhada de lá, e foi assim o caminho todo, um dois pra cá, dois pra lá danado, e nessa história de sorrisos abertos a colcha se satisfazia, criando independência e costurando-se sozinha, bingo, um item já fora preenchido. Enquanto tirava a bagagem da mala, ela olhou pelo vidro e viu o pedaço da colcha que na noite anterior havia lhe falado das 24h, dessa vez ele lhe falou: acredite, um fim de semana valerá por 365 dias. Então ela sorriu e retirou-se.
Enquanto as horas iam passando a observação antes feita parecia cada vez mais bem fundamentada, só que agora a menina começava a se questionar, “por que agora?”, pois sabia que a vida tinha lhe proporcionado um belo e inusitado presente, mas que este presente, infelizmente, só estava naquela residência de passagem. Sabia sim, que nada havia de errado com a sua vida, que era feliz, tinha amigos, uma bela família, mas que lhe faltava alguém pra conversar no final do dia, na madrugada, não sentia falta, pois nunca tivera, mas desde que experimentou não imaginava passar uma noite sequer sem desfilar bobagens ao telefone no caminhar da madrugada, mesmo que não lembrasse nada pela manhã, uma coisa era certa, ela tinha dado e provocado boas risadas.
E quando voltou para casa ela sabia que um fim de semana, saber as manias, os medos, o lado da cama que preferia dormir, a cor da escova de dente, nada significava perto daquelas primeiras 24h, daquele momento em que se sentaram lado a lado pela primeira vez, no dia em que se conheceram.
Agora a colcha de retalho é quase emancipada, dia após dia ela vai se costurando, cobrindo e esquentando a parte do mundo que tanto importa para aquela menina. E não pense que ela dispensou aquela lista sem pé nem cabeça, de vez em quando em algumas conversas ela fala sobre balões, chocolate, do chaveiro que custou cinco reais e um olhar estranho da vendedora, e tinha certeza do que o fazia sorrir, do que o fazia perder sono, do que o deixava sem palavras, do lugar que melhor agradava o carinho, e da última vez em que vasculhou a bagunça, o empoeirado dos pensamentos, achou bem atrás dos cílios, uma linha, seguiu curiosa para saber onde terminava, acredite, era o retalho que faltava no canto esquerdo da colcha, agora bordado, com a seguinte frase incompleta: Faz muito tempo que... Então ela pegou a agulha, tirou a independência do último retalho, e terminou de bordar a frase: Faz muito tempo que eu te queria!


- Baseado em Tudo sobre você, de Zélia Duncan.(http://letras.terra.com.br/zelia-duncan/1490085/)



segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Este trem seguirá para...- Pera, pera, quem decide sou eu!

Estação

Já tentou prestar atenção a uma estação de trem? Nunca pretendi saber qual o significado desta palavra “estação”, mas o que importa diante do fato curioso de existir milhares de pessoas que não se conhecem e se vêem todos os dias e quando estão cheias, simples, trocam de vagão. Mas se prestarmos atenção, um trem tem lá suas semelhanças com a vida, tentarei ser mais clara. Nós entramos por necessidade de percorrer um caminho e chegar ao destino desejado, quem dera fosse assim, mas a cada estação diferente seus sonhos, planos e esperanças desembarcam e nunca chegam ao seu destino, não temos opção, as portas abrem-se, fecham-se e alguém o guia novamente.

Algumas vezes passamos despercebidos de nossas estações e nem sempre temos força para chegar ao seu terminal, mas pense comigo, não precisamos ser necessariamente o passageiro que entra todos os dias no mesmo vagão e não consegue olhar para cima por odiar a sensação de encarar ou ser encarado, por que não podemos ser o maquinista? Nós próprios condutores de nossas paradas e terminais. O problema é que por muitas vezes temos a sensação de estarmos nos trilhos e o trem de nossas frustrações nos atropela repetitivamente até termos coragem e força de decidir em qual estação nosso medo deve desembarcar e nossa vontade de viver conduzir nosso trem.

Temos milhões de passageiros desconhecidos, inúmeras paradas desnecessárias, obrigatórias, recordações ao olhar pela janela do vagão, encontros e desencontros, situações em que as lágrimas esvaíram-se ali mesmo com todos os desconhecidos olhando, gargalhadas nas mais imprevisíveis conversas com um amigo, vontade por muitas vezes de desaparecer por se sentir sufocado, pressa por estar ansioso para encontrar alguém, simplesmente adormecer sendo vencidas pelo cansaço, conversas surpreendentes com um estranho, já nem sei mais se estou falando da vida ou do trem, pois é todos nós temos muito a aprender, seja ao escutar de uma conversa do passageiro ao lado, ou ao construir do próprio trem fazendo das estações lições, e dos terminais felicidade, dos trilhos nossos erros reconhecidos e do estranho na sua frente, quem sabe mais uma história a ser ouvida.

Esqueça a estação que tem que desembarcar, sai dos trilos, esquece o trem, compre um fusca, pegue um táxi, se permita mudar, e mude o transporte, o comportamento, a letra, conte sua vida pra um estranho, seus dramas amorosos que você odeia lembrar, mas adora contar, melhor vá a pé! Corra feito um louco se souber o caminho melhor, corra também caso não souber, quem sabe no caminho não cabe mais um sem destino, mas já está no meio do caminho, ou você acha que essas linhas em suas mãos são por acaso? Troque o tênis pela havaiana, ame quem te der vontade, espaço e boas risadas, conquiste o maior número de carinho possível, e distribua em dobro, oferece teu tempo desocupado ao que a vida lhe reserva, construa duas belas asas de papelão, mesmo que você não voe a ilusão será válida, esqueça a placa de “vende-se” que você vê nas atitudes dos outros, e tatue na sua alma uma maior ainda em negrito “vive-se”, vai, o trem, a bicicleta, as asas de papelão, do passarinho, as cordas do violão, tudo a ti pertence. Vai, corre vai!Acorda e sai!Pega o lápis de cor e pinta teus trilhos. Vai, sobe a ladeira ou vira a esquina, se a porta da frente não tiver aberta grita: ‘arrudeia’, se a música não te agrada e o ar condicionado tá de congelar, puxa um samba, um dos Chico’s, canta Céu e muda de vagão novamente, por falar nisso, chegou minha estação, prazer em conhecer.




- Ágnes S.

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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

TPP - Tensão de pré perguntas!






Tenho uma humilde tese (mais uma), de que ninguém faz uma "pré pergunta" para lhe consultar sobre o que quer comer, ou para perguntar a hora, ou se você quer comer. Antes fosse, não é verdade? As situações mais contrangedoras, o tuor que o coração faz em segundos pelo corpo, e para na boca de tão nervoso, o calor de 30° se tranformar em uma temperatura interna de 30º abaixo de 0, todos esses momentos indesejados são proporcionados pelas belas "pré perguntas". E digo mais, seja consciente e antes de fazer qualquer 'pré pergunta', 'pré pré' faça uma de suma importância, extremamente determinante naquilo que você deseja perguntar: "Você é cardíaco, hipertenso, ou alguma doença crônica?" Pronto! A partir daí você está completamente habilitado para desfilar "pré perguntas", ah, caso a resposta seja negativa, claro!


Sim, mas que danado são "pré perguntas"? Como se faz? Quais são as mais frequentes?(momento propaganda forçada da Globo para previnir doença)...Veja bem, meu caro leitor, brincadeira, parei!
Pré perguntas nada mais são que um indivídio lhe consultar previamente de alguma saia justa na qual ele deseja lhe colocar. E o que acaba acontecendo, é que no momento da pré pergunta você tenta imaginar o que aquela criatura tem pra te perguntar, e NUNCA, preste bem atenção NUNCA você pensa algo positivo. Mesmo que você não faça nada de errado, tenha até uma vaguinha garantida para ser santo, padre ou freira, você só imagina o que o gato enterra, e pode resumir esse momento como "ih, fudeu!". O pior dessas pré perguntas são as pausas, mas antes de falar das pausas irei falar das mais frequentes: 'posso te fazer uma pergunta?' e 'posso te dizer uma coisa?' Eis as nossas eleitas para piores constrangimentos da vida!

Momento "Soletrando", neste humilde blog... Aplicação numa frase, utilizando a pausa na qual citei anteriormente: "É (pausa)...vê só(pausa e início do seu congelamento)...POSSO TE FAZER UMA PERGUNTA (e ai, meu filho, seu coração vai na lua e volta, sua mão dá pra faer abastecimento de uma cidade interia de tanto suar e o 'IH, FUDEU' entra em cena)? Pode consultar sua memória, ninguém faz pré perguntas diretamente, acho que é tradição ou algo parecido, as pausas são necessárias ( para você ter seu primeiro AVC), mas são necessárias!

Segunda aplicação numa frase: "Amor (pausa)...É o seguinte (pausa, e a torcida do flamengo fazendo coro contra a do corinthinas na cabeça do cidadão)...DEIXA EU TE DIZER UMA COISA? (dedução masculina: ela tá grávida!) (dedução feminina: ela vai me dá um pé na bunda, só pode ser!) (dedução unissex: vai dizer que me ama, digo também? abraço? beijo? ai, Senhor!)

Se você se acha bastante positivo é porque você nunca passou por tais situações, reforçando minha tese...Pré pergunta é um dos golpes mais sujos que o ser humano pode aplicar!


Primeiramente, você não tem coragem de dizer "não", porque se você disse não, o indivíduo poderá soltar a pérola "mas eu vou perguntar mesmo assim :D", então, como proceder? Guenta filho, guenta porque pré pergunta é feito tatuagem, só tem volta pra quem tem dinheiro porque manda a assessoria de imprensa dizer que não fala da vida pessoal! Então nesse dois pra cá, dois pra lá, é... vê só... Posso te fazer uma pergunta? *O*

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Respeito é bom, eu gosto, mas cadê?



Já cantava um dos grupos brasileiros que mais levantam a bandeira do respeito e da liberdade, O Teatro Mágico: "todo sujeito é livre para conjugar o verbo que quiser!"
Pois bem, seja branco, negro, alto, baixo, com ou sem deficiência, homossexual, heterossexual, católico, evangélico, espírita, enfim, temos o dever de agirmos respeitosamente com quem quer que seja, independente de qualquer rótulo que a sociedade cole na testa de cada um, mas como assim a sociedade? A sociedade não somos nós? Um professor meu uma vez falou no meio de uma brincadeira " é incrível como AS PESSOAS nunca somos nós", e esta frase é uma das coisas mais certas que já me disseram. Acho que maior erro de quando se está educando uma criança, ensinando-a o que é respeito, é dizer " respeite os mais velho", certo, mas e as crianças da sua idade? O mais sensato seria ir plantando a sementinha de igualdade na cabecinha da criança e dizer "Filho, respeite o próximo, respeite seu semelhante", é justamente isso que esquecemos quando lidamos com as pessoas, esquecemos que são nossos semelhantes.
Há quem encha a boca, quando é desrespeitado, e diz: "Respeito é bom e eu gosto!" Todos nós gostamos, ninguém gosta de ser desrespeitado, mas antes de cobrar do próximo acho que seria melhor fazer um balanço das ações que praticamos ou deixamos de praticar com o próximo. Não estou falando de ações que iriam trazer a paz mundial, ou levar o Brasil ao status de 1º mundo, mas melhoraria o ambiente no qual você vive, melhoraria seu relacionamento com as pessoas. Esqueça por um segundo o seu umbigo, ponha-se no lugar do outro ao menos uma vez, uma vezinha só que não vai tirar pedaço, mas vai doer quando você perceber o quanto estava sendo egoísta com aquela pessoa que é considerada "menor" porque não se encaixa nos padrões de um sociedade digna do século XIX, sim, é século XIX mesmo.
Outro equívoco é dizer que respeito e tolerância são paralelos. Tolerância é uma palavra tão carregada de referências negativas, de imposições, de aceitação obrigatória. Ninguém é obrigado a aceitar ninguém, de conviver com ninguém, de se relacionar com ninguém, mas o dever de respeitar quem quer que seja. Não tolere, respeite. Tolerar é mais um modo de rotular superioridades, é mais um sinônimo para 'pena'. Acredite, acabamos aprendendo com as diferenças, e aprendemos mais ainda quando não damos mais importância a elas, quando olhamos para outra pessoa e enxergamos alguém que não precisa mudar para ser seu amigo (a), namorado (a), ou qualquer coisa parecida, quando percebemos que quem estava sendo inferior éramos nós! Respeitar é querer harmonizar-se com o mundo, é mudar de censura para bom senso. Não é questão de cabeça, modernidade ou liberdade, respeitar é questão de sensibilidade, de bons sentimentos, de enxergar as pessoas através de sorrisos, é ter consciência que a única coisa que difere você do outro é o pensamento.
Voltando a frase do meu professor, acabou que eu vi uma frase e vai de encontro a dita anteriormente, vendo o Dvd ao vivo de Marcelo Camelo, eu detalhista como sou, percebi, não me lembro onde nem em qual música aparece,uma plaquinha que aparece, um verso que resume todo essa minha tentativa de discurso: “As pessoas somos nós
Respeite-se, respeite, não respeite para ser respeitado, respeite para saber respeitar, para aprender que ninguém é diferente de você.