sábado, 12 de novembro de 2011

Lembrança em sonhos brancos


Era branca. Não. Azul cor de nuvem 

Alguma dessas cores que se descascam em branco...
É, era a cor da casa do meu avô.
Só me restou uma foto. Não da casa, mas uma foto dele.
E a lembrança que eu tenho é em um sonho desfilar para ele meus encantos pelos pés de feijão...

- Vovô, ô, vô... Meu peito anda cabendo em uma casa de botão, vô! Anda apertado, aliás, vô, ele nem sequer se permite andar. Inerciou-se e tá do tamainho das sementes de feijão q'o senhor me deu para que eu plantasse meus sonhos em um pedaço de algodão, no cantinho do quintal. Não deu, vô, não deu, o vento carregou minhas sementes, meus sonhos são grandes demais para corações pequenos, minhas sementes brotaram nas nuvens e esse peito cá anda com o amargo do fruto na ponta dos pés dos cílios... Vô, estas me escutando? Vô...  Vai  ver que meu amargo maior foi não ter aprendido violão com o senhor, não ter visto tua face morena em sol maior...


Fica com teu anjo, Vô.

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