quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Homem de lata? RÁ! A tendência é ser wi fi!

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Sabe aquela história de que você convive tanto com uma pessoa que acaba por adquirir as manias, características, gestos, modo de falar, e otras cositas más. Procede. Procede inclusive com o ser humano e os objetos, a casa parece com o proprietário ou morador, o violão tem o jeitão de quem o toca, certas roupas já tem a cara de quem a veste, e assim continua esse dois pra cá, dois pra lá. Mas já reparou essas pesquisas que são divulgadas pela mídia? Àquelas pesquisas que medem o nível de dependência eletrônica das pessoas? Pois bem, o ser humano está a cada dia que passa mais parecido com seus dispositivos eletrônicos, mas não conseguem chegar ao patamar da praticidade que esses objetos alcançam.




A questão é simples, ao contrário do ser humano, esse objetos não optam por serem deficientes de sensações, eles só obedecem aos comandos e não fazem nada além do que está em seu manual de instrução. Eles não optam a não pensar no próximo, afinal, eles foram criados com a finalidade de ser canal de interação do ser humano com outros seres humanos e não para interagirem com o ser humano. Mas voltando... O propósito desta minha observação é alarmar esta contaminação de pessoas tão semelhantes a aparelhos eletrônicos, crianças robôs (Lembram-se de Maísa? Um dia vocês me darão razão), moças, rapazes, todos robôs. O caso é sério, tem pessoas que se balançarmos dar pra ser ouvido o barulhinho das peças caindo, porque além de serem robôs ainda tem peças fora do lugar. Há aquele tipo de ser humano computador, que não dá para travar nenhum diálogo que não seja on line, porque on line não corre o risco de você querer pular no pescoço do cidadão de tanta tolice que ele consegue reproduzir.


Mas o caso mais grave é o autêntico robozinho/humano, “humano” é usado só por conveniência, para não esquecer que ali jaz uma pessoa. Este caso é típico, e modéstia parte daqui uns dias eu estou dando consultoria, é o simples fato das pessoas esquecerem que são pessoas, e o principal, esquecem que as outras pessoas também são pessoas e podem não parecer tanto com seus aparelhos eletrônicos! Os sintomas não são perceptíveis no início, até a primeira discussão, você baixa um ginasta, dá piruetas, saltos, abre escala, descabela-se, e a criatura continua sentada, parada como se você lhe tivesse oferecido uma xícara de chá, e no final de toda sua performance ela diz a você que não sabe o que dizer. Ai você senta e chora, porque além de robô, é um robô mudo que não consegue construir um mero enunciado.


O pior nessa espécie são as pecinhas que faltam no peito, peças que foram tiradas do lugar anteriormente e eles não quiseram coloca-las de volta ao lugar, ou peças que ali nunca estiveram, é alarmante, pois esta espécie é deficiente de coração, de sentimentos, de qualquer coisa que haja interação entre você e ela. Você procura de todas as formas humanizar aquele ser humano, fazê-lo sentir, fazê-lo demonstrar nem que seja raiva, mas não, esforço em vão. Além de se negarem a sentir, a ter afeto por outras pessoas, acabam plantando uma sementinha dessa parte robô que o cabe no coração de quem tenta fazer com que ele lembre que são humanos. Vocês estão vendo como ocorre a reprodução da espécie, floresce no coração, o sufoca até o cidadão coloca-lo da boca pra fora junto com algumas palavras sem finalidade, e o joga na primeira lata de lixo que encontrar, e assim nasce esta legião de robozinhos deficientes de sentimento e afeto.


E contra toda essa legião há uma minoria que tem paixão saltando aos olhos, afeto em cada dente a mostra nos sorrisos desfilados, tem beijo e cheiro em cada abraço, tem carinho nos gestos mais simples, tem pulsar nos cabelos assanhados, vivacidade até no ato de chorar, chorar de dor, de tanto rir, chorar de amor, no amor, por amor, e como diz Drummond, tem amor, muito amor batendo na aorta. Então... O ministério da saúde adverte: Deficiência de sentimentos acarreta o aumento de robô entre nós, em caso de suspeita de ausência de coração corra!



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