sexta-feira, 9 de agosto de 2013

(ponto)

Já tinha a visto duas vezes antes de percebê-la
Depois mais duas
Então sumiu
Não que eu goste de mãos dadas, gosto de mãos, e naquela hora ela colocou o mundo em minhas mãos e se agarrou em mim, no mundo
Quando? Já vou
A luz pingou em dois feixe, um no cangote e no cabelo... No cacho, no canto
É
Vermelho
Disse ter vontades ruivas, eu disse, ela riu enquanto falávamos em viagens e
Vai beber? Hoje não
Tudo isso sem pôr um ponto sequer (ponto) Tudo isso por um fluxo de (in)consciência engendrado de ideias atropeladas (ponto) (ponto) (ponto) Reticências
Neguinha, como diz um grande mestre, as grandes histórias morreram, afogaram-se nas próprias palavras, no próprio excesso ao querer demais, cobrar demais e só sentir amor (ponto) Amor e mais nada, esqueceu-se do olho no olho, do tilintar dos dentes quando se beija com muita sede
E de repente, procura por se repetir
Naquela cama anda sonhando, mas o travesseiro treme, interrompe o segredo
E por mais tempo que se passasse ainda havia um pedaço do mundo nas suas mãos
A lembrança do mundo em sua mão (ponto)

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