sexta-feira, 8 de abril de 2011

Tinta Guache


Chegue cá

Corra,vá

Molhe mais

Vê, há algo seco demais nesses toques todos

E a flor que desejo plantar nem nome tem

Só sei que brota em olhar

Em todo pedaço de pano

Em todo vasinho plástico

Até nessa terra seca

Escuta só

É só você chamar

Chama três vezes

Flor? Flor? Flor?!

É só falar

Porque tudo dito de coração a terra ajuda

Grita lá

Em coração calado a flor não nasce

Mas as flores nascem todas em preto e branco, só o esbolço

Ela encosta a pétala no teu ouvido e diz:

- Pode colorir como amor que quiseres

Você não ouviu?

Vai nascer mais um amor pintado, disfarçado de flor

Descanse cá,

Não te procupes, não vais sujar a roupa

Tenho dois pincéis e tinta guache

Para quando cansares de um amor

Jogar água e lavar, não deixa manchas nem marcas

Mas se quiseres uma flor para a vida inteira

Tenho um lápis de cor diferente para colorir cada dia da tua semana.

Um comentário:

  1. Cachinhos,

    Uma poetiza de primeira!!!
    Achei o poema muito lindo, meigo, doce e pueril.
    Quanto à técnica, achei muito bem disposto, criativo e com um ritmo que no início tem uma levada e no final tem outra, marcando a essência do sentimento que lá se figura.

    "Tenho dois pincéis e tinta guache
    Para quando cansares de um amor
    Jogar água e lavar, não deixa manchas nem marcas
    Mas se quiseres uma flor para a vida inteira
    Tenho um lápis de cor diferente para colorir cada dia da tua semana."

    Destaco o que achei mais lindo e que mui me apetece por ser bem a minha cara (e bem Maria Bethânia, kk).

    Adorei esse seu lado!

    Xêrinho!

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