terça-feira, 19 de novembro de 2013

Amor que é amor só tem cura com música ruim

- Não, amor que é amor só tem cura depois de cachaça, banho frio e música ruim. Música boa também, mas sobretudo a ruim. Ninguém cura fossa tomando todynho e música clássica, senhor. Engano seu. Um pé na bunda só configura pé na bunda a partir do momento em que um brega se apossa da sua vida e vice versa. Tu lembra da outra vez que tu veio aqui? Então, é de "cena de sangue no bar, na avenida São João" a "então me ajude a segurar essa barra que é gostar de você", essa é clássica. Claro, mas é claro que acentua. mas o brega estanca as piores hemorragias pós pé na bunda, tu vai do choro ao riso já na introdução. Fossa sem música não é fossa. 
Amor mal curado sem música fossa causaria o maior índice de desemprego na música brasileira. O que seriam das fossas sem as músicas que tocam de repente e a gente não tem coragem de mudar? Música assim tem vontade própria seu moço. É ouvir "Olhos nos olhos" nove vezes e descobrir que tu tem nove versões da mesma música, cada versão dando um apunhalada no teu coração amante, de luto, brega...
- É essa a receita, doutor?
- Sim, meu filho, capriche no raça negra e muito banho de mar. Porque a gente sofre, mas a gente não conserva o luto não, viu! Até o drama que vem.

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