sábado, 24 de novembro de 2012

Velha


Espaço, espaço... Pronto, agora...
Então, não sei nem por onde começar, moço. É que a alma anda fatigada, sabe? Não? Ela é velha demais para o meu corpo, eles vivem em conflito. O corpo e alma. Fazem questão de serem emancipados, inimigos. O corpo nunca acompanha a alma, muito menos o coração. Esses dois últimos são antigos, cheios de poeira, das músicas aos poemas que os dão prazer. Queria que o senhor me desse uma solução, como viver num mundo tão novo com uma alma e um coração tão velho? Não corro com a evolução, estanco, só corro para alcançar o coração que me foge como um louco e ainda leva a alma, e o clichê da calma só para fazer rimar com alma. Minha'lma quer uma carta, um bilhete, uma conversa sem hora e sem cair a rede... Aliás, rede só se for para dormir. Mas me diga, seu moço, o que se faz com um coração e uma alma ainda mornos em um mundo tão frio? Tenho que enviar por e-mail? Então desisto, é melhor tomar um café.

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