De
uns tempos pra cá ando tendo uns flashs da minha infância. Lembranças boas.
Muito boas. Aqueles conselhos que minha mãe me dava “não pegue o lanche do seu
coleguinha”. É, é importante não pegar o lanche do seu coleguinha! Onde foram parar esse tipo de conselho? O “peça
desculpas!”, “não empurre!”, “não faça nada que não queria que façam com você”,
o que anda faltando na vida são esses clichês. Que no final das contas tais
clichês são tão mais sensatos que o fato de nos acharmos adultos. Porque ser
infantil é preciso.
Precisamos
saber pelo que espernear. Deixar o que é dos outros com os outros. Aceitar a distância,
manter distância quando preciso. Compreender que o tempo do outro não tem
qualquer ligação que seja com o seu. Voltar a olhar nos olhos, tocar, perceber.
Amar mais, amar errado, amar sem jeito, mas amar. Voltar a ter a delicadeza de
ouvir. Saber recolher-se. Dar espeço. Repensar o significado de respeito. Peneirar ações. Não
confundir ingenuidade com imaturidade. Reconhecer que harmonia não é palavrão. Que
valor não se mede em “dinheiros”, como costumávamos dizer. E que se alguém
largar algo pelo chão, pode ser que ele queira de volta depois, não pegue, não
é seu. Porque como dizia minha sábia mãe “Você só tem direito a um, se você
pegou vai ser esse, nada de pegar o dos outros”, e até hoje ela me diz isso.
Ah, e só para finalizar... “Não pegue nada do chão.” Porque se o fazíamos quando criança qual a dificuldade de fazê-lo agora?
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