sábado, 16 de junho de 2012

Nicolah e o dia 12



- Mãe? Mãe? Acorda! Diz Nicolah chacoalhando a mãe mais que uma batedeira!
- O que é menino? Que coisa, vai dormir!
- Não, não, mãe! É caso de urgência, vida ou morte. Diz o menino, ainda chacoalhando a mãe e arregalando os olhos!
- Tá! Vou levantar, mas depois não me venha dizer que vai me aborrecer com seus problemas com palhaço! Cambaleia a mãe, tonta de sono, até o banheiro.
Depois que ela sai o menino corre em direção a ela com algumas moedas e um pedaço de papel... E a mãe, curiosa, já apreensiva do que aquilo poderia ser, perguntou?
- Então, meu bem, do que se trata? E o menino desembestou a falar:
É que terça eu tava andando na rua e vi um monte de gente com flor, mãe, eu até procurei pra ver se achava algum caixão, fiquei meio aperreado de tanta flor que o povo tava carregando, fora, que era tudo igual, cheguei a imaginar de novo que era pro mesmo defunto! Ah, e aqui tá o número do IBAMA, a professora de ciências me deu, depois de eu insistir a semana toda, ai ela me deu é 326...
- É o que? Flor? IBAMA, fala devagar, me filho!
Foi que além de ver tanta flor esquisita, com aquelas coisas amarelas, só via urso, urso! O dia todo, mãe, quando não era flor era urso, ai resolvi dar esse dinheiro a senhora pra gente plantar as flores que esse pessoal todo arrancou, e nem sequer foi pra algum morto, e o IBAMA pra denunciar o cárcere privado dos ursos!
A mãe riu de gargalhar, abraçou o menino e disse:
- Foi dia dos namorados, Nicolah!
E o menino com toda a revolta ambientalista nas costas retrucou:
- Dia dos namorados? Então esse pessoal namora pra matar flor e criar urso? Mãe, que coisa! Coitadas dessas namoradas, quer dizer, coitadas não, no fim elas são cúmplice dessa chacina de flores e criação de urso em cativeiro. Desisti de libar para o IBAMA, mas mãe, compra as sementinha, será meu investimento caso eu encontre alguém que queria ser cúmplice de um assassinato de flor e não tenha crédito pra ligar para o IBAMA.

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