sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Caixa de Noé


Para ler ao som de  Ana Cañas 

Meu estandarte caiu
Foi gente correndo para tudo quanto é lado
E alguém que gritava:
"Primeiro, a poesia e o samba, depois crianças e mulheres"
E no meio de tudo,
depois que colocaram tudo dentro da caixinha de fósforo...
Alguém gritou:
"Abre, abre, que faltou o amor!"
Então o silêncio abriu a boca, calaram-se todos, até o samba
Só para o amor falar, mas ele não falou
Entretanto, alguém falou baixinho:
"Tá no bolso, tá no bolso, ele é pequenininho...
 suficiente para caber no bolso do meu peito!"

Um comentário:

  1. Gostei da simplicidade que sugere mais por trás das cenas-metáforas e da própria metáfora-título, ao mesmo tempo que tornas o lírico uma brincadeira, algo bem mais leve que o que estamos acostumados a ver por aí. Gostei de tua escritura,neste teu poema-crônica-conto... nem me preocupo em enquadra-lo. Teu texto está mais vivo assim na liberdade da sugestão, é o que o leitor quer: escolher a forma de adentrar a poesia e se encantar.

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